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Mostrando postagens de outubro, 2025

Um chamado para a alegria!

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Por Marcos Almeida Acordo antes das seis da matina e percebo uma fina chuva caindo sobre o telhado, escorrendo pelas calhas, encharcando vagarosamente a terra do quintal, onde é costume de quem tem origem de gente roceira, como eu, a plantar pelo menos uns pés de couve. Essa precipitação tão necessária, após longo tempo de estiagem, me faz pensar naqueles que precisam ir para os seus postos de trabalho buscando evitar chegar com a roupa toda molhada. Tempos modernos trouxeram facilidades que bem conhecemos. Porém, o chuvisco me faz recordar de uma pessoa fantástica que semeou muita paz e luz pelas ruas da minha pequena e charmosa cidade no Sul das Geraes, Caldas. Ele morava na Avenida Santa Cruz, bem em frente ao colégio Crispim, nos deixando a saudade da sua amizade e afeto. Foi carteiro, enfrentando sol ou chuva, para entregar os telegramas, cartas e encomendas menores, levando mais que notícias ou presentes, a sua presença alegre e de um profissionalismo exemplar. Certamente, quem...

Um dia de aula e a minha metamorfose

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  Por Marcos Almeida Saí da minha casa, rua Ferreira Nascimento esquina com a travessa pedra branca, por volta das 6h45, em uma manhã fria do inverno rigoroso de 1978 em Caldas. Vi meu vizinho, amigo e colega de sala, Telmo, que coincidentemente, assina Eduardo como segundo nome, da mesma forma que eu. Sem qualquer combinado, seguimos rumo ao Colégio Estadual Vicente Landi Junior, cuja distância um tanto longa, deveria ser percorrida em 15 minutos. Sabíamos que tanto o Seu Zé Lemes como o Seu Didi eram exigentes quanto ao horário de fechamento do portão. Então, acelerávamos o passo também como forma de aquecimento, enquanto observávamos a geada que cobria os telhados e os carros esquecidos pela avenida Santa Cruz. Vez ou outra, conversávamos assuntos como futebol ou alguma tarefa escolar pendente a ser entregue, para dona Maria Eugênia, professora de geografia ou para dona Ismênia do Dr. Lázaro, de ciências. Entramos para a primeira aula e a nossa professora de português e lite...

Simples, assim: um tempo de qualidade!

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Maria e Benedito Por Marcos Almeida Inicialmente, quero pedir licença para as minhas cunhadas Cleide e Rita Westin, bem como para minha companheira de vida, Milva, para traçar algumas linhas sobre duas pessoas que marcaram nossas maneiras de sentir, pensar e amar: Maria José Dias e Benedito Westin Dias. Dona Maria e suas filhas Seria uma ilusão pensar que o acaso não nos traz aprendizados. Em tempos em que a racionalidade e a ciência têm papel relevante em todas as decisões importantes que são tomadas diariamente, venho refletindo sobre a tenacidade de quem trabalha e quase não descansa, que empreende ou se oferta para quem se dispõem a pagar pelas horas passadas longe dos seus. E em alguma pausa surgem sentimentos verdadeiros, entre pessoas que são amparo e acolhimento, sem perceber as tantas voltas dadas pelo planeta. Entre emoções e afetos, que tento transmitir nessas poucas linhas, recebi de meus pais por adoção. Teka A simplicidade, certamente, foi o que mais impactou no nascedo...

O retrato da romaria

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Por Marcos Almeida Cada vez que vejo um retrato, com tantos parentes perfilados, em ano incerto, ou estimado (a foto anexa provável entre 1956 a 1958), como cada pessoa que, sisudamente, aguardava o comando do retratista para o registro de uma romaria, tento imaginar o antes e o depois da cena eternizada em papel resistente como a luta do povo. Em Aparecida, em frente à Basílica mais antiga, pode ser a primeira pista do que precedera aquela organização de gente trajada com suas melhores roupas, ou alugadas, emprestadas, meninos de calças curtas, posição de sentido, e meninas com vestidos recatados, tal como as matriarcas, que também carregam alguns pequenos e pequenas de colo. Uma criança que acabara de aprender a andar nem percebeu o momento, mas procurou sua mãe ficando de costas. Homens com seus bigodes, predominantemente, e cabelos aparados e devidamente penteados. Um pai apoia sua mão no ombro da filha (emociono). Procuro em cada rosto um “ameaço de sorriso” que dificilmente enc...

Cajarana

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Por Marcos Almeida Visitar a Pedra Branca, no município de Caldas, foi uma forma para que eu criasse um desafio pessoal. Antes disso, cheguei lá pela curiosidade e espírito de aventura quando tinha apenas dezesseis anos, com a companhia sempre enigmática do meu avô José Cândido, também conhecido como "Pau Véio", que afirmava ter perdido as contas das vezes que visitou o topo daquela montanha. Assim, fui para me divertir, passar tempo, escutar a voz de Deus, rezando e agradecendo pelo dom da vida. Pedra Branca - Zé Cândido e sua turma Em 2007 tive a alegria de conhecer um grande capitão da natureza, Juninho Freitas, que morava no sítio Rosa dos Ventos, de propriedade do também amigo Carlos Rodrigues Brandão. Esse jovem, em uma de nossas primeiras conversas, compartilhou algumas de suas inúmeras visitas ao topo da suntuosa pedra. Fiquei impressionado com tamanha disposição. Naquele momento, calculei que já se passaram uns dezoito anos sem fazer o percurso que tanto havia marc...

O trote!

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 Por Marcos Almeida João das Éguas era figura conhecida em Pocinhos do Rio Verde na década de 1970. Lembro dele, mas não em detalhes. Muito pelo que eu ouvia do que os outros falavam, menos do que eu mesmo poderia avaliar. Entretanto, o sentimento ao me recordar dele sempre foi bom. Ele tinha uns potros e éguas que desfilavam pelo pequeno povoado; me encantei uma vez pelo filhote, ao reparar o seu trote curto e um tanto desequilibrado. Dito D’Ambrósio tinha uma fábrica de sabonetes do outro lado do rio e precisávamos contornar pela ponte ou pular o terrível “buracão”. Ele era músico de estupenda qualidade, mas também sonhador e enfrentava um negócio novo. Minha lembrança desse local é que tinha um telefone, daqueles que, para fazer uma ligação, era preciso discar, ou seja, rodar o disco introduzindo o dedo nos números correspondentes. Para ligar para alguém, naquele tempo, apenas três números eram necessários. Uma evolução, porque pouco antes, seria imprescindível contatar uma te...